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Família, amigos e afins

2 de maio de 2016

JOSÉ TEIXEIRA DA SILVEIRA


José Teixeira da Silveira era Médico, foi vereador, deputado estadual, deputado federal pelo Paraná e primeiro prefeito do município de Nova Esperança (PR, filho de Boanerges Borges da Silveira e Maria do Carmo Teixeira da Silveira, a Biluca, e irmão dos ex-governadores  Roberto e Badger Silveira.

Nascido em Bom Jesus do Itabapoana, no Sítio Rio Preto, no dia 15 de agosto de 1918, estudou na Escola Muncipal da Barra do Pirapetinga, com a professora Olga Ebendinger. Posteriormente, estudou com a professora Amália Teixeira e no Colégio Rio Branco, em nossa cidade.

Cursou medicina na Faculdade Fluminense de Medicina a partir de 1943. Foi vereador entre 1935 e 1937, no município de Cambuci (RJ). Exerceu, ainda, o mandato de vereador, entre 1947 e1951, no município paranaense de Mandaguari.


Foi eleito o primeiro prefeito de Nova Esperança (PR), cargo que exerceu entre 1951 e 1954. Foi eleito, ainda pelo Paraná, deputado estadual, cargo que ocupou entre 1955 e 1959 e deputado federal, cargo que exerceu até 1963, ocasião em que abandonou a vida política, em decorrência da morte de seu irmão Roberto Silveira, em atentado ocorrido no dia 28 de fevereiro de 1962. 

Zequinha Silveira, assim como seus irmãos, foi fruto de educação esmerada de seus pais Boanerges e Biluca. Durante o período em que seu irmão Roberto esteve internado, devotou todas as suas forças e energias para a sua recuperação. Foi um homem, tal qual seus irmãos, que soube conciliar a dedicação à família, com a vida devotada à construção da família da humanidade. Faleceu no dia 16 de agosto de 2009, mas permanece presente na memória e no coração de todos os que acreditam na construção de um mundo diferente.

Por ocasião de matéria comemorativa em 11 de agosto de 2015, à data de nascimento de Zequinha em 15 de agosto, publicada no jornal ‘O Norte Fluminense’, Ana Maria Silveira (filha de Badger Silveira) formulou belas palavras em alusão a seu tio: 

Zequinha foi para o Sul com o objetivo de abrir caminho para o Roberto, quando este viesse candidato à presidência da república. Foi impressionante o desempenho do Zequinha no Paraná. Chegou lá sem conhecer ninguém, para se estabelecer e fundar o PTB getulista. Em pouco tempo já tinha uma grande liderança política.
Possuía uma cultura médica como poucos da sua geração, o que lhe permitia que se destacasse entre os colegas, no acerto de difíceis diagnósticos. Muita saudade desse tal de Zequinha...” Ana Maria Silveira 11 de agosto de 2015 10:52


Em depoimento pessoal ao Jornal ‘O Norte Fluminense’, publicada em blog, no dia 26 de abril de 2016, o Senhor Francisco Verdan Corrêa Neto     relatou:

“Por volta de 1939, chegou a São José de Ubá o médico Dr. José Silveira, era o primeiro médico da localidade. Recém formado, trazia consigo um termômetro, um estetoscópio e um aparelho para medir a pressão arterial, e muita vontade de trabalhar. uma senhora viúva - Dª Bajuta, filha de libaneses - lhe alugou parte da sua casa para moradia e instalação do seu consultório: a sala dela passou a ser a sala de espera do consultório, um quarto ao lado foi convertido no consultório propriamente dito. Outro cômodo passou a ser o quarto de dormir do Dr. José Silveira, e Dª Bajuta lhe proporcionou também as refeições. Acomodações  bem espartanas. O Dr. José Silveira arranjou um pedaço de tábua e ele mesmo ali pintou "Consultório Médico" e a afixou à janela do seu improvisado consultório. A notícia se espalhou. São José de Ubá nunca tivera um médico, apenas um farmacêutico, e os clientes começaram a chegar; uns pagavam  com galinhas, outros com ovos, outros com produtos de roça... A falta de dinheiro para consultas não era obstáculo para atendimento. Quem ficou mais feliz foi o farmacêutico, pois sua drogaria cresceu potencialmente. Poucas semanas depois a esposa de um fazendeiro estava muito mal, e ele mandou alguém a cavalo levando outro cavalo arreado, chamar o Dr. José Silveira. Assim este chegou à fazenda, examinou a doente, escreveu uma receita (que deve ter assustado o farmacêutico) e determinou fosse ela imediatamente aviada São José de Ubá (que acordasse o farmacêutico e que não retornasse o portador sem os remédios. Telefone não havia. Pagamento, depois. Isso demoraria algumas horas, e enquanto aguardava, o Dr. José Silveira fez-se de enfermeiro e foi tomando outras providências urgentes. Quando os remédios chegaram, o Dr. José Silveira passou o resto da noite controlando o tratamento, e só depois a sair no dia seguinte quando a paciente demonstrou reais melhoras, com a recomendação de aparecer dias depois no consultório. Então a surpresa: O fazendeiro em pagamento lhe ofereceu o cavalo (aquele que o conduzira na véspera) arreado, para que o Dr. José Silveira pudesse atender a sua clientela a domicilio. E o Dr. Silveira passou a ser um "santo milagreiro". Dias depois uma pessoa estava castrando porcos numa casa ao lado , e lá estava o Dr. Silveira observando a operação. Depois de vir castrar um macho e uma fêmea, ele disse: " Agora é comigo!" e ele começou a castrar outros e outras, sob a admiração dos presentes e de quantos ou vários a história (onde já se via um médico castrando porco!?). E ele era veterinário também. Naqueles tempos eu tinha uns 8 anos e morava na zona rural do alto Cubatão (Município de Itaperuna), a uns 500 m da divisa com São José de Ubá. Da minha casa a São José de Ubá são 9 km e para Itaperuna 15 Km. Isto posto, em toda aquela região fronteiriça tudo se fazia em São José de Ubá: registro de nascimento, batizados, casamentos, sepultamentos e pequenas vendas e compras (galinhas, ovos, sal, querosene, aviamentos de costura, minha mãe era costureira, roupas etc.). Em Itaperuna só a venda de colheita, banco e compras de vulto. Naqueles dias, a minha irmã Dalva estava com 2 anos e adoeceu gravemente. Os remédios caseiros e os de 3 farmacêuticos (Osvaldo Natividade, do Limoeiro, Rui Leite, do Toiama e o farmacêutico de São José de Ubá) nada resolviam, parecia que o óbito era certo. Foi quando apareceu em São José de Ubá o Dr. José Silveira. Durante meses ele visitou a nossa casa para cuidar de minha irmã. Foi a primeira vez que ouvimos falar em sulfa, que curou a minha irmã. Por volta de 1950 o Dr. José Silveira mudou-se para o Paraná. O resto é história. Creio que pouca gente ficou sabendo o seu nome completo. 
São José de Ubá ainda não resgatou a dívida que tem com o seu primeiro médico: a perpetuação do seu nome numa rua da atual cidade de São José de Ubá, rua Dr. José Teixeira da Silveira.” 
 A matéria aqui publicada é fruto de pesquisa do Jornal 'O Norte Fluminense' que gentilmente nos cede para a criação de acervo do Memorial. Leia mais publicações no link lateral.


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