Bom Jesus do Itabapoana é um município do estado do Rio de Janeiro, no Brasil. Situa-se a uma altitude de 88 metros. A população recenseada em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística foi de 35 411 habitantes. Possui uma área de 598,84 quilômetros quadrados, subdividida nos distritos de Bom Jesus do Itabapoana (sede), Calheiros, onde está localizado o Sítio Rio Preto, local de nascimento dos ex governadores, e está sendo erguido o Memorial Governadores Roberto e Badger Silveira, Carabuçu, Pirapetinga de Bom Jesus, Rosal e Serrinha. A cidade forma uma conurbação com o município vizinho de Bom Jesus do Norte (ES).
"Bom Jesus" é uma referência a "Bom Jesus da Vista Alegre", lugarejo de Minas Gerais de onde vieram os fundadores do município. "Itabapoana" é uma referência ao rio Itabapoana, que banha o município.
Em 1853, com a Lei Imperial de nº 636, foi criada a Freguesia de Nossa Senhoras da Natividade do Carangola, no dia 19 de março de 1856, o Conselheiro Luiz Antônio, Presidente da Província, resolveu criar uma sub-delegacia de polícia no novo Arraial do Bom Jesus.
Em 1862, o arraial já apresentava grandes progressos. O Decreto nº 1.261, de 14 de novembro de 1862, estabeleceu: "Art.1º - O Arraial do Senhor Bom Jesus, na Freguesia de Nossa Senhora da Natividade, no município de Campos, fica com predicado de Freguesia com a inovação do "Senhor Bom Jesus do Itabapoana".
Por força do Decreto nº 2.810, de 24 de novembro de 1885, Bom Jesus do Itabapoana passou à jurisdição do município de Itaperuna, criado nesta data e por este Decreto. Em 24 de novembro de 1890, já no período republicano, a freguesia foi elevada à categoria de município, em virtude do progresso que em suas terras se observava por essa época. O Decreto nº 150, desta data, rezava: "Fica criado o município de Bom Jesus do Itabapoana, com os atuais limites tendo por sede a povoação de Bom Jesus de Itabapoana, com a denominação de Vila de Itabapoana".
Apenas dois anos vigoraram os termos deste Decreto, pois, em 8 de maio de 1892, um outro Decreto, de nº 1 foi lavrado, suprimindo os municípios de Itabapoana, Monte Verde e Natividade do Carangola. Data desse tempo a campanha de reivindicação encabeçada pelos elementos de maior influência na região. Entre os que mais se bateram por essa causa, são dignos de menção os nomes de Francisco Teixeira de Oliveira, João Catarino, Jerônimo Batista Tavares e Pedro Gonçalves da Silva. Finalmente, depois de uma luta política cheia de vigor, foi reconquistada a autonomia de Bom Jesus do Itabapoana, em virtude do Decreto nº 633, de 14 de novembro de 1938, tendo a instalação do município verificada a 1º de janeiro de 1939.
Até hoje, o município de Bom Jesus de Itabapoana conserva quase todos os costumes e tradições dos seus antepassados, oriundos de Minas Gerais. Com a chegada da família Teixeira de Siqueira, procedente de Portugal, por volta do ano de 1780, marcava-se o início das festas do Divino Espírito Santo, em maio de 1863.
Sobre esta festa, disse o atual Vigário de Bom Jesus: "A coroa e o cetro do Divino Espírito Santo constituem as relíquias mais antigas da história e da fé da nossa terra e da nossa gente. Ignorá-las significaria o desconhecimento da força da fé que passa de geração em geração entre todos que temem o Senhor (Lucas I 50-55). Representaria não ser fiel às origens e às verdadeiras tradições da nossa terra e, sobretudo, não respeitar e não amar a nossa gente". Padre Paulo Pedro Seródio Garcia (descendente do casal Teixeira de Siqueira).
Parte integrante da história de Bom Jesus é o Padre Antônio Francisco de Mello, que chegou em Bom Jesus do Itabapoana, procedente da Ilha de São Miguel, em Portugal, no ano de 1899. Aqui permaneceu por quase meio século, vindo a falecer no dia 13 de agosto de 1947, em plena festa que ele tanto amava.
Grande conhecedor da língua pátria, dono de rara sensibilidade, deixou vários poemas que são sempre lembrados, especialmente o que de mais perto fala o coração do bonjesuense: "Morrer
Sonhando". Entendendo de matemática e engenharia, foi também o remodelador da Igreja Matriz, erguendo uma de suas torres em 1931, conservada até nossos dias e tida como arrojado feito de engenharia.”
Até meados do século 19, a região era habitada pelos índios puris. Com a chegada dos colonizadores procedentes de Minas Gerais, foram implantadas na região fazendas movidas à trabalho escravo. Em 1853 foi criada a freguesia de Nossa Senhora da Natividade do Carangola e três anos mais tarde, uma sub-delegacia no arraial do Senhor Bom Jesus. Em 1862, o arraial foi elevado à condição de freguesia com o nome de Senhor Bom Jesus do Itabapoana e somente em 1885 a cidade passou a pertencer ao município de Itaperuna. Em 1890, Bom Jesus do Itabapoana foi elevado à condição de município autônomo, suprimida dois anos mais tarde e reconquistada em definitivo com o Decreto estadual nº 14 de dezembro de 1938.
Bom Jesus do Itabapoana tem sua economia voltada principalmente à agropecuária e aos setores comercial e de serviços. Conta também com pequeno parque industrial, razoavelmente diversificado.
O município de Bom Jesus do Itabapoana oferece ensino público nas modalidades Educação Infantil e Fundamental I, sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Educação. O Ensino Fundamental II e o Ensino Médio são oferecidos por escolas estaduais no município, exceto o ensino médio integrado ao ensino técnico que é oferecidos pelo Instituto Federal Fluminense. Há também o Instituto Superior de Educação - ISE-FAETEC, que conforme Decreto nº 43.586 de 14 de maio de 2012, alterou seu nome para Faculdade de Educação Tecnológica do Estado do Rio de Janeiro - FAETERJ Bom Jesus do Itabapoana. A FAETER oferece curso de graduação em pedagogia e curso de extensão em libras. A Faculdade Metropolitana São Carlos - FAMESC-BJI, oferece graduação em Enfermagem, Ciências Biológicas, Direito, Administração e cursos diversos de pós-graduação lato sensu e o Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro - CEDERJ oferece, com polo de ensino em Bom Jesus, curso à distância de Pedagogia, licenciatura em Ciências Biológicas e Administração Pública.
Bom Jesus do Itabapoana possui nove museus, criados por iniciativa dos cidadãos que possuem forte apelo cultural.
O Jornal ‘O Norte Fluminense’ vem apoiando ativamente para que esta chama da cultura permaneça acesa na cidade, para preservação da memória local.
Em artigo no site http://onortefluminense.blogspot.com.br/2016/01/os-9-museus-de-bom-jesus-do-itabapoana.html publicou matéria sob o título:
OS 9 MUSEUS DE BOM JESUS DO ITABAPOANA (RJ), que o leitor pode conferir na barra latereal completamente.
Museu da Imagem tem como diretora Maria Lúcia Seródio Boechat
O Museu da Imagem, localizado no distrito de Pirapetinga de Bom Jesus, foi idealizado por Norberto Boechat Seródio, seu atual presidente, e tem 22 anos de existência. Sua irmã, Maria Lúcia Seródio Boechat, é a diretora de manutenção.
Peças raras da época escravocrata compõem o acervo da entidade
Roda d'água em ambiente paradisíaco em Pirapetinga de Bom Jesus
2. MUSEU DO ESPAÇO CULTURAL LUCIANO BASTOS (ECLB)
O Colégio Rio Branco funcionou entre 1920 e 2010. Em 2011, tornou-se o Espaço Cultural Luciano Bastos, com o acervo do educandário, e com o Museu da Imprensa, do acervo do jornal O Norte Fluminense
O Colégio Rio Branco funcionou entre 1920 e 2010. Em 2011, tornou-se o Espaço Cultural Luciano Bastos, com o acervo do educandário e com o Museu da Imprensa, onde consta o acervo do jornal O Norte Fluminense
Helton Almeida, da antiga Tipografia Almeida, e a máquina francesa Alauzet, do século XIX, que imprimiu, por décadas, o jornal O Norte Fluminense
3. MUSEU DA FAMÍLIA DECIMONI, EM CALHEIROS
4. MUSEU DA ASDRUC
O MUSEU DA ASDRUC (Associação do Desenvolvimento Rural e Urbano) está localizado no distrito de Calheiros.
Badger Silveira Filho, Ana Maria Silveira e Maria Cristina Silveira, filhos do ex-governador Badger Silveira, com Leocádio de Oliveira e Elpídio Rodrigo do Canto, no Museu da ASDRUC, em 2014
5. MEMORIAL GOVERNADORES ROBERTO E BADGER SILVEIRA, NO SÍTIO RIO PRETO
Filtro da década de 1940 produzido na Cerâmica Bom Jesus pertenceu ao casal Francisco Moraes Borges e Odete Tavares Borges e foi transformado em adorno
Nivaldo Guimarães, proprietário do Museu, sua mãe, Neide Braga Guimarães, Ana Maria Silveira, filha do ex-governador Badger Silveira e Wilma Martins Teixeira Coutinho, que trabalhou nos gabinetes dos ex-governadores Roberto e Badger Silveira, na inauguração em 2014
7. MEMORIAL CORONEL QUINCA BENTO E PADRE ANTÔNIO ALVES DE SIQUEIRA, NO ARRAIAL NOVO
9.MUSEU DA CACHAÇA VELHA MATINHA, EM MATTINHOS
Peças de engenho do século XIX são algumas das relíquias que tornam o Museu da Cachaça Velha Matinha um autêntico museu a céu aberto.
O acervo conta com peças oriundas da Inglaterra, Alemanha, França e Estados Unidos.
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